8 de agosto de 2007

MEU SILÊNCIO

Existem palavras que só podem ser ditas em silêncio por mais absurdo que que isso possa parecer.

Há certas situações em que nem toda a enciclopédia particular que se formamos ao longo de nossas vidas consegue nos ajudar a encontrar as palavras certas. Temos a sensação de que somos incapazes de dizermos o que queremos tanto expressar. É sufocante demais!

Se eu ainda tivesse quinze anos acharia que isso é apenas um efeito da conturbada situação de meus sentimentos e que por mais que a minha sensibilidade estivesse extremamente aguçada eu via as coisas como qualquer um.
Parece estranho, mas a cada dia percebo que as coisas não são tão complicadas assim. O único problema é que nos sentimos obrigados a descrevermos tudo que acontece, tudo que vemos e tudo que sentimos e isso acaba nos podando de realmente ver em volta com um olhar diferente.
Existem certas situações difíceis de agir. Queremos tanto correr, agredir com vontade, falar palavrão....mas aí no final....nada fazemos.
Há outras, muito mais prazerosas, mas não menos inquietantes, em que surge uma sensação de contentamento decorrente das coisas mais simples. Tão simples que não cremos que esse seja o real motivo. Aí novamente queremos berrar. Mas incrivelmente, continuamos calados.
Ainda não consigo expressar-me nessas situações, talvez se eu fosse um poeta.......
Entretanto, creio que adotei um meio bem clichê de percepção que tem realmente dado certo.Continuo calada. O silêncio tem sido meio maior companheiro. Ao invés de sair avisando a todos que a lua essa noite está linda, simplesmente páro e a contemplo. Muda. Mas vibrante.

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