26 de abril de 2007

AQUILO QUE TANTO QUERO

Descobri que tenho milhares de sonhos esfuziantes fervilhando na minha mente. O único problema é que não sei se eles estão dissolvidos na geléia geral que é o meu inconsciente, ou fugindo de alguna sinapse desvairada. Mas que estão lá, estão.
Li uma vez que tentar realizar nossos sonhos é bem nais interessante que concretizá-los, e apesar de ainda não ter um posicionamento sobre isso confesso que esse processo é estranho e desafiante demais para pessoas que, como eu, estão no auge de suas inquietações.
A busca por aquilo que tanto aspiramos nos impulsiona a sair da estaca zero e, cautelosamente seguir nosso caminho. No começo tudo nos leva à intensificação de nossas vontades, o esforço, a entrega, as renúncias... e sem que percebamos nossos próprios atos passam a ser provas daquilo que tanto queremos.
De repente veio o cansaço e o corpo, enfim, se entrega à sua fraqueza. Desistir? Que tudo fosse mais fácil na vida da gente, quisera eu, de vez em quando só pra variar. Sonhos pequenos não me bastam porque me apequenam também. Isso não quero. Portanto, pouco me interessam esses desertores da fantasia que só acreditam no toma lá dá cá de cada dia e abstêm-se do prazer que os sonhos proporcionam. Homens e mulheres que se assustam com o próprio eco.
Aprendi que devo sim cultivar sonhos, mas aqueles que possam fortalecer a minha jornada e amortecer as futuras quedas, que me levante e erga a minha cabeça quando eu quiser parar.
O que eu quero não é um simples desejo, não é um paixão desenfreada, que alimenta o ego, que me deixa nervosa e com medo. Aqueles que tanto amo, que dividem o mesmo desejo, que carregam as mesmas dores, as mesmas frustrações e que comigo caminham esse tempo todo, sabem o que sinto. As minha lágrimas não doem, elas deslizam sobre o meu rosto e lavam a minha alma como se renovassem o meu sonho. Por isso é que eu tenho certeza. É puro amor.

11 de abril de 2007

SEMPRE O MESMO TALVEZ

Acho que fui mordida pelo mal Byroniano. Aquele do final do sec. XVIII. É impresssiomante a capacidade que tenho de escrever sobre minhas dores. Sobre esses amores que vêm e oscilam entre o gozo e a depressão. Há pouco estava feliz, nada escrevi. Agora, agora escrevo.
Não consigo entender porque não páro quieta e esqueço de pensar. A vida tem me ensinado a não me arriscar muito, a ficar sempre alerta. O grande problema é que estou podando meus sentimentos e se me deixo fluir mais, o medo chega impiedoso me fazendo recuar novamente.
Faz sentido algo bom trazer tristeza?
Vivo agora de "feed-backs" que aterrorizam-me! Dores passadas que insistem em gritar por 'CUIDADO'. Isso é loucura! Sinto meu presente se esvair de minhas próprias mãos.
Antecipo as dores da Sua partida. Por quê?
Por que simplesmente não te vivo agora e deixo o depois para o porvir?
Meus sonhos, meus projetos estarão à minha espera amanhã?
E o meu amor? O meu verdadeiro amor também estará?
Quero viver tudo, mas perco mais tempo pensando nas minhas frustrações do que correndo atrás de conquistas. Quero ler todos os livros do mundo, mas lembro que só os romances me satisfazem. Quero dançar todas as danças que existem, mas pra muitas delas preciso de um par.
Que sensação estranha. Quanta incerteza.
Meu Deus, até quando? Queria poder arrancar isso de mim. Essa insegurança e principalmente esse "talvez".
Talvez eu cresça.
Talvez eu mude.
Ou simplesmente,
Talvez eu canse.

4 de abril de 2007

FOI POR AMOR

É por amor que me preocupo
É por amor que eu falo
Que eu calo
Que eu oro
Que eu choro...
Foi por amar, e ouçam, não por amor, que eu o convidei
Foi por ama-lo que eu insisti
Foi por amar tanto que eu tentei mais uma vez
E foi tão triste...
Levantar-se e dizer-me: "vou embora".Fez doer
A frieza do olhar e da voz, transpassou a distância em que nossos corpos se encontravam e atingiu meu coração em cheio. Doeu ainda mais.
Avisou-me que a paciência havia acabado, que não iria mudar por mais que eu quisesse e que o amor que estava disposta a lhe mostrar não lhe fazia falta.
Ah, como doeu!
Por mais que mantivesse a delicadeza de sempre - certo que em algum lugar perdida - a aspereza do discurso apunhalava-me de forma surpreendente. Tive vergonha desse amor que queimava por dentro.
E quando, enfim o reconheci, perguntou-me se podia ficar. Se eu queria ter em meus braços um...
E já não fui eu quem respondi, foi meu coração embebecido nesse amor que sinto que disse sim.
Deitou em meu colo e pude sentir o amor que dizia sentir por mim, sem ao menos proferir palavra alguma, apenas respirando.
Não consegui conter as lágrimas, saíram ardentes dos meus olhos sem que eu as quisesse. Queimaram meu rosto tão silenciosamente, que me deu medo. Calei-me.
Foi por amor que eu convidei. "Joguinho de chantagem!"Doeu.
Tão inocentemente, deixei esse amor falar por um ainda maior.
Foi por ama-lo que eu quis fazê-lo acreditar.
Amputou minhas pernas. Deixou-me paralisada de tanta tristeza e me fez prometer a mim mesma esse caminho não andar mais. Tenho medo.
Mas como sou Burrinha! Esse amor é bem maior. Vou fingir calar. Orar por dentro. E pelas mãos, não mais pelas palavras (essas nunca mais) vou transferir esse amor que ele não conhece. Juro que nos meus olhos vai haver sempre a mesma expressão de amor e o meu coração vai estar sempre à espera de um sim.
"Sim, mostra-me esse amor de Deus"